Berenice Concertante
Berenice Concertante
A propósito da peça Berenice de Racine, em cena no Teatro Nacional D. Maria II até 22 de Maio, este teatro apresenta dois recitais sob o título Berenice Concertante.
RECITAL MÁRIO LAGINHA - Música para Berenice
[5 mai] 18h30
Música para Berenice é o primeiro destes recitais e nele será apresentada "a viagem” criativa deste compositor desde a ideia inicial de um tema para o espectáculo Berenice até à sua versão final, passando pelo desenvolvimento inovador de temas inacabados.
«A cada dia que passa confirmo a convicção de que apresentar a Berenice de Racine no TNDM II seria uma ocasião única e de excepção para o público, para o próprio teatro e para os criadores nacionais.
Textos com a grandeza do texto de Racine não têm Pátria, pertencem aos criadores que ousam acrescentar-lhes sentidos e leituras: Vasco Graça Moura deixou-se seduzir pelas palavras francesas de Racine e oferece ao público uma belíssima Berenice de sonoridade portuguesa foi também o que aconteceu com Mário Laginha… primeiro hesitante – como ele mesmo diz "assustado” – depois, dando largas à sua imensa criatividade, acrescentando ao som das palavras um outro registo criativo, o da música.
Em Portugal, já se tornou possível criar música original para espectáculos de teatro, sendo este mais um desses momentos. Confirma-se assim que vale a pena "ousar…”, quando este Teatro também cumpre essa sua função ao proporcionar o encontro (e a paixão) entre criadores de vários registos, criadores de diferentes "épocas e nações”.»
António Lagarto
MÚSICA FRANCESA, SÉCULO XVIII - Udite Amanti
Academia de Música Antiga de Lisboa
[19 mai] 18h30
«A representação teatral é a arte da palavra dita e encenada. O texto
perde o seu carácter estático para ganhar movimento, ritmo e melodia.
Curiosamente, ritmo e melodia são dois aspectos marcantes da obra de
Racine (e da tradução da Berenice que agora se apresenta no TNDM II) e
são também os elementos basilares da composição musical.
A
experiência que o espectáculo Berenice proporciona ao espectador, é
certamente mais enriquecedora se enquadrada na época através do contacto
com outras formas de expressão artística. O concerto do Udite Amanti
proporciona-nos esse tipo de contextualização, apresentando-nos obras de
compositores contemporâneos de Racine num concerto de música francesa
da corte de Luís XIV.
A música e o teatro dialogam entre si desde
sempre, da mesma forma que os autores das diversas áreas artísticas e
culturais dialogam também.»
António Lagarto
Orlanda Velez Isidro: soprano
Magna Ferreira: soprano
Joana Amorim Traverso: flauta barroca
Iskrena Yordanova: violino
Sofia Diniz: violoncelo e viola de gamba
Ana Mafalda Castro: direcção e cravo