Os Juramentos Indiscretos

Conforme as regras do séc. XVIII, dois jovens são destinados um ao outro para fazerem um casamento programado pelos pais sem o seu conhecimento e no interesse das respetivas famílias. Numa atitude de irreverência e revolucionando os costumes da época, decidem encontrar-se para declararem a respetiva indisponibilidade para esse casamento. Nesse encontro, porém, são surpreendidos pelo estranho sentimento de não aceitação da rejeição proposta pelo outro. Todo o resto da história é a tentativa da manutenção da fidelidade à palavra dada e a resistência a um amor que se vai impondo à maneira que se vão tentando explicar e supostamente afastar. Nesta luta entra uma irmã que se põe entre o par amoroso e vai fazendo crescer o ciúme e o sofrimento de amor. Entram uns criados que defendem os interesses dos amos enquanto defendem os seus. Resta analisar se as famílias não continuam a controlar e a conduzir os nossos afetos e as sociedades a condicionar as nossas opções. Representada pela primeira vez na Comédie Française em 1732, Marivaux aborda nesta peça, caraterizada por um virtuosismo da linguagem, um dos temas centrais da sua obra.